terça-feira, 1 de abril de 2008

Fundos de investimento

Saiba como aplicar em fundos de investimento

Se você tem dúvidas simples sobre finanças, saiba que não está sozinho. Para entender um pouco mais o vaivém do mercado, o Globo Online organizou algumas perguntas e respostas básicas sobre o assunto. Como funcionam os fundos de investimento?

Os fundos de investimento são uma espécie de condomínio de investidores, que aplicam seus recursos em uma cesta de ativos. Esses ativos podem ser de naturezas diferentes, como ações, títulos do governo ou CDBs. A rentabilidade a ser dividida entre os investidores vai refletir o desempenho em conjunto dos ativos que fazem parte do fundo. O CDB é um fundo de investimento?

Não. Trata-se de um Certificado de Depósito Bancário, um papel emitido pelos bancos, com prazo de vencimento e remuneração. Esta remuneração pode ser prefixada (quando o comprador sabe exatamente quanto ganhará) um pós-fixada (quando a rentabilidade acompanha a oscilação do juro). Se resgatado antes do prazo combinado, há deságio. O risco é o do banco que emitiu o CDB. Ou seja, se o banco tiver problemas, o CDB pode não ser honrado. O CDB costuma integrar as carteiras dos fundos de investimento oferecidos pelos bancos. Qual a diferença entre os fundos DI e Renda Fixa que os bancos oferecem?

Ambos aplicam em títulos públicos (emitidos pelo governo). Os fundos em Depósito Interfinanceiro (DI) são de juros pós-fixados. Ou seja, se a taxa básica de juros (Selic) sobe, o rendimento desses fundos também sobe e vice-versa. Já os fundos de Renda Fixa aplicam em títulos prefixados, cuja taxa de rentabilidade já é conhecida e não será alterada. Com isso, é vantajoso buscar títulos DI quando os juros do país estão em alta. Quando os juros estão em queda, os fundos de Renda Fixa geralmente rendem mais. Os bancos têm uma série de fundos com nomes esquisitos, como Advance, Grand Prix etc. O que são eles?

Os nomes dos fundos em geral são alusões ao perfil dos fundos oferecidos. Eles podem indicar que a carteira do fundo é conservadora, moderada, arrojada ou agressiva. Não é possível escolher um fundo apenas pelo nome. É preciso saber quais os ativos da carteira, qual a meta do investimento, o grau de risco e quais as taxas de administração cobradas. Para investir nestes fundos, é preciso não olhar o que este fundo já rendeu. Não há nenhuma garantia de que eles continuarão a render bons lucros. Por isso, é preciso confiar no gestor e buscar informações sobre onde o dinheiro será aplicado. Como funciona a cobrança de Imposto de Renda sobre os fundos de investimento?

Há dois tipos: a) fundos de Investimento Curto Prazo e Longo Prazo

b) fundos de Investimento em Ações Longo Prazo - aplicações em títulos com prazo superior a 365 dias, no resgate o cliente pagará a seguinte alíquota:

i. Até 180 dias - 22,5%
ii. De 180 a 360 - 20%
iii. De 361 a 720 - 17,5%
iv. Mais de 720 dias - 15%
b) Curto Prazo - aplicações com carteira de títulos com prazo media igual ou inferior a 365 dias, no resgate o cliente pagará a seguinte alíquota:
i. Até 180 dias - 22,5%
ii. Acima de 180 dias - 20%

Fundos de Investimento em Ações - com carteira no mínimo 67% em ações - alíquota para tributação dos rendimentos obtidos nos fundos de ações é de 15%, sendo tributada apenas no momento de resgate, independente do prazo de permanência na aplicação.

sábado, 29 de março de 2008

Poupança turbinada

Poupança turbinada CDB disfarçado de caderneta éa novidade dos bancos para fisgarcliente ultraconservador


Eles têm cara de caderneta de poupança, nome de caderneta de poupança e a proteção contra riscos bancários que fizeram da mais prosaicadas aplicações a preferida do investidor ultraconservador. Mas são CDBs, ainda que disfarçados. Mais ou menos ao mesmo tempo, Bradesco, Itaú e Unibanco lançaram no mercado produtos batizados, respectivamente, de HiperPoup, Super Poupança e SuperPoupe. Os três prometem a mesma coisa: a segurança típica da poupança, com uma rentabilidade mais atraente. Assim como a caderneta, os Certificados de Depósito Bancário contam com cobertura do Fundo Garantidor de Crédito, que assegura a devolução de depósitos de até R$ 20 mil em caso de quebra da instituição. Além disso, a nova roupagem dada pelos bancos aos CDBs inclui outras características da poupança, como data de aniversário e rentabilidade atrelada à Taxa Referencial (TR). “Foi a fórmula encontrada pelos bancos para vender seus CDBs usando a popularidade da poupança”, resume Marcelo D’Agosto, sócio-diretor do portal financeiro Fortuna.

As três poupanças turbinadas exigem do correntista um depósito mínimo de cem reais. As regras da aplicação e, principalmente, a rentabilidade variam de um produto para outro. O HiperPoup do Bradesco, por exemplo, assegura rendimento de TR mais 9,7% ao ano. Depois do primeiro mês, o investimento pode ser resgatado com rentabilidade diária, proporcional ao tempo de permanência do dinheiro na aplicação. No Itaú, a rentabilidade é bem mais baixa: TR mais 7,18% ao ano (ou TR mais 0,58% ao mês). Diferentemente das cadernetas de verdade, essas aplicações não são isentas do Imposto de Renda. Por isso, na ponta do lápis, as remunerações não são assim tão atraentes. Supondo que o investidor aplique R$ 100,00 no produto do Bradesco, com uma TR de 6% ao ano, ao fim de seis meses, ele teria R$ 104,81 de saldo. Em uma caderneta de poupança (cuja remuneração é de TR mais 0,5% ao mês, porém sem IR), o saldo seria praticamente igual, de R$ 104,49.

A despeito da modesta remuneração, as super poupanças estão cumprindo seu propósito: conquistar investidores avessos a risco. Com apenas quatro meses de vida, o HiperPoup do Bradesco já conta com 70 mil investidores e um patrimônio de R$ 500 milhões. “Até o fim do ano, chegaremos à casa dos R$ 2 bilhões”, promete Marcos Villanova, superintendente do banco. A captação de recursos via CDBs é vantajosa para o banco. O dinheiro que entra por meio dos certificados é direcionado para operações de crédito mais rentáveis que o financiamento à habitação, destino obrigatório de 65% do volume captado pela poupança.

No Bradesco, depois de um mês de aplicação, o rendimento é diário e o resgate pode ser feito quando o cliente quiser. No Unibanco e no Itaú, a rentabilidade é mensal e tem como base a data de aniversário do investimento. O Banco do Brasil também tem um CDB com rendimento atrelado à TR, mas ele não é disfarçado de poupança, embora renda exatamente o mesmo que as cadernetas comuns, ou seja, a TR mais 6% ao ano. A vantagem é que, depois de um mês, a liqüidez é diária. O Santander, que oferece o produto aos servidores públicos, tornará a aplicação disponível para todos os correntistas em abril. Será batizada de RendeMais e receberá investimento mínimo de R$ 1 mil. Confira acima as condições e a rentabilidade de cada um.


Bradesco
HiperPoup Aplicação mínima: R$ 100
Rentabilidade: TR + 9,7% ao ano
Tributação: CPMF e Imposto de Renda

Unibanco
SuperPoupeAplicação mínima: R$ 100
Rentabilidade: TR + 9,5% ao ano
Tributação: CPMF e Imposto de Renda

ItaúSuper
PoupançaAplicação mínima: R$ 100
Rentabilidade: TR + 7,186% ao ano
Tributação: CPMF e Imposto de Renda

Renda fixa, Poupança? Onde investir em 2008?

Percebemos, em decorrência do fantasma de recessão que ronda os Estados Unidos, que o começo de ano foi bastante movimentado para o mercado de capitais e para a economia mundial em geral. Essa tensão reflete-se nas alternativas de investimento disponíveis que, como você bem disse, não podem ser ignoradas. O momento exige atenção aos aspectos ligados à economia internacional, mas também exige que nos preocupemos com a inflação e as taxas de administração cobradas por diversos produtos financeiros locais.


De tudo que li e acompanho sobre o ano que finalmente começa (lembre-se que o Carnaval já ficou para trás), tenho trabalhado com algumas variáveis mais relevantes e que exploro neste artigo: Bolsa em recuperação, temor de inflação, Selic estacionada e a opção sempre interessante pela caderneta de poupança.


Bovespa retoma vigorJá dedicamos alguns artigos ao universo acionário de 2008, assim prefiro apenas manter minha opinião e recomendação: as ações são uma ótima alternativa de poupança de longo prazo. Este ano será marcado por grande volatilidade, mas acredito que os resultados finais serão de variação positiva. Os ganhos, no entanto, não devem ultrapassar as marcas registradas no ano passado. Vale lembrar também que o ingresso cada vez maior de investidores nesse mercado reforça sua importância para o país.


Medo da inflação e a Selic estacionadaDepois de quatro anos de quedas consecutivos, vimos a inflação subir novamente em 2007. Nada que se compare aos períodos críticos de mega ou hiperinflação, mas algo que representa um quadro de preocupação para as finanças pessoais. O IPCA, índice adotado pelo governo, fechou 2007 muito próximo da meta, de 4,5%, estipulada pelo Banco Central (BC), atingindo 4,46%. Acredita-se que não deva haver queda e já se cogita a possibilidade de estourarmos a meta este ano, também fechada em 4,5%.


Com a constante tensão observada diante da possível alta da inflação, o BC já sinalizou que deverá passar grande parte do ano sem mexer na nossa taxa básica de juros. É bem verdade que uma inflação mais alta que a de 2007 pode levar o Copom ao aumento dos juros. Essa eventual alta da taxa pode encarecer os custos de captação das empresas e segurar um pouco o consumo e a compra de bens duráveis, como imóveis e veículos.


Por que isso afeta o seu bolso?Os alimentos tiveram grande alta no ano passado e parece que este ano será a vez dos serviços. Os contratos de prestação de serviço normalmente são reajustados pelo IGP-M, índice de preços que subiu quase 8% no ano passado. Isso significa que valores de aluguéis, serviços médicos e preços administrados em parte pelo governo (energia, água e gás) poderão subir ao longo de 2008. Alexandre Schwartzman disse recentemente à revista EXAME que:


“Os momentos mais críticos serão no segundo e no terceiro trimestre, quando teremos uma noção mais clara da inflação e da atividade industrial, que está bastante aquecida”
Sobre a Selic, Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, completa:
“Acabou a era da paulada nos juros. A volatilidade na Selic é menor hoje. O país mudou e a crise [norte-americana] terá pouca influência sobre a inflação e os juros”


A poupança na mira dos investidoresNo universo dos investimentos, com o possível aumento da Selic, muitos investidores voltam a olhar com carinho para os produtos de renda fixa, títulos públicos e fundos referenciados. Vale lembrar que o Brasil ainda possui uma das taxas de juros mais altas do mundo, o que nos remete a excelentes rentabilidades líquidas, neste segmento, que variam de 7% a 10%. Como esse retorno vem acompanhado de baixíssimo risco, fica fácil entender porque a alternativa é tão atraente.


A dica aqui fica por conta da matemática que envolve as taxas de administração de alguns produtos financeiros oferecidos pelo mercado. Fundos que cobram taxas de administração iguais ou superiores a 2,5% dificilmente serão mais rentáveis, no curto e médio prazos, que a boa e velha caderneta de poupança.


Nos últimos seis meses, quem investiu R$ 10 mil na poupança conseguiu um rendimento de R$ 360 reais. A média de um fundo referenciado DI, com taxa de 2,5% a.a., foi de R$ 319,00 no mesmo período. Lembre-se que estamos falando de rentabilidade líquida, ou seja, percentual final descontados imposto de renda e taxa de administração.
As dicas e opiniões deste artigo não são verdade absoluta. Nem pretendem ser. Tudo que quero dizer é: esteja sempre atento aos produtos que escolhe para investir seu dinheiro e com as guinadas da economia. Leia os prospectos e faça algumas contas básicas. Muitas vezes você não precisa de produtos sofisticados ou de muita matemática financeira. Pode ser que a poupança resolva. Pode ser que não.

Poupança faz aniversário? Como assim?

Meu assunto hoje é novamente a poupança. Tenho uma grande dúvida com relação ao que chamam de aniversário da poupança. O que é isso? É importante seguir uma mesma data para investir na poupança? Exemplo: investir sempre dia 10 de cada mês e investir R$100,00, faz alguma diferença se num mês investir dia 10 e no mês seguinte investir dia 15? E se acontecer que o dia 10 caia num sábado ou domingo”?

Oi Fabio, tudo bem? Suas perguntas são muito importantes e não se preocupe, a grande maioria das pessoas nem imagina que a poupança possa ‘fazer aniversário’. Deixando o ‘economiquês’ de lado, este aniversário nada mais é do que o dia em que a sua aplicação completa um mês, então sendo pagos os juros. Ou seja, o dia em que a poupança vai efetivamente ‘render’. Antes deste aniversário, o montante depositado não sofrerá correção.

Usando seu exemplo, se no dia 10 de um determinado mês são depositados R$ 100,00, os juros só serão acrescidos no dia 10 do mês seguinte. Caso o dia 10 não seja um dia útil, o crédito será no dia útil posterior mais próximo. Na poupança tradicional, o saque antes da data do aniversário não possui rendimento. Se este for o seu caso, evite saques em dias próximos ao do aniversário. Já estou imaginando sua cara: “Não é possível que a poupança funcione assim Navarro”. Calma, tenho boas notícias no próximo parágrafo.

É importante lembrar que poupanças abertas nos dias 29, 30 e 31 terão como data de aniversário oficial o dia 01 do mês subseqüente. Lembre-se que o mês de fevereiro só tem 28 dias. Mas então só posso depositar no dia 10? Sim e não. Finalmente a boa notícia: geralmente os bancos abrem uma conta poupança a cada dia que um novo depósito é realizado, ou seja, o que você depositou no dia 10 faz aniversário no dia 10 do mês seguinte, o que foi depositado no dia 11 faz aniversário no próximo dia 11 e assim por diante. Mas eu disse geralmente. É preciso investigar e perguntar. Normalmente esta poupança com diversas datas é chamada de Poupança com data-múltipla ou poupança inteligente. Veja um exemplo aqui.

Uma curiosidade: você sabe onde são aplicados os recursos captados com a Caderneta de Poupança? É claro que o dinheiro não fica guardado em um cofre esperando você sacá-lo. A maioria do montante é investida em operações de financiamentos imobiliários. Opa, portanto ter dinheiro na poupança ajuda o país a crescer? Sim! Não só na poupança, mas em grande parte dos fundos e até em ações, nosso dinheiro está ‘financiando’ o crescimento da nação e das empresas nela constituídas. É uma boa não é? Abraço.

Será a vez do CDB?

CDB significa Certificados de Depósito Bancário. São títulos de dívida emitidos pelos bancos que normalmente possuem prazo de vencimento que variam de 30 dias a 2 anos. A aplicação em CDB normalmente traz rentabilidade próxima ao CDI, que acompanha de perto a taxa Selic. Depois de entender melhor o que é o CDB, vamos a algumas perguntas importantes que elaborei e que são as mais comuns neste caso.


Como contrato um CDB? Existe um fundo CDB?Aqui a confusão é comum. Não existe um fundo CDB. Ele é essencialmente um fundo de renda fixa que opta por compor sua carteira com um grande percentual de títulos bancários (CDB). Normalmente existem modalidades do tipo: rentabilidade pré-fixada (períodos curtos), rentabilidade pós-fixada (normalmente usa-se TR ou uma taxa de juros negociada no ato da contratação) e rentabilidade próxima ao CDI. Tome cuidado, os planos CDB dos bancos normalmente rendem de 70% a 100% do CDI e pode ser que haja alternativas melhores. A porcentagem de retorno em relação ao CDI é negociada no ato da contratação, portanto negocie!


Como é a tributação do IR para o CDB?Como vimos que ele é um fundo de renda fixa, ele segue a mesma regra, que diz:
Até 6 meses, a alíquota é de 22,50%;
De 6 meses a 1 ano, a alíquota é de 20%;
De 1 a 2 anos, a alíquota é de 17,50%;
Acima de 2 anos, a alíquota é de 15%.


Existe algum risco?Se o banco emissor do título quebrar, a sua garantia de recebimento limita-se ao montante que o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) determinar. Este valor normalmente vai de R$ 20 mil até R$ 60 mil. Mas informe-se antes de aplicar seu dinheiro. Não hesite em questionar o profissional do banco.


Vale a pena mesmo? Se ele apenas se aproxima do CDI, será que investir num fundo referenciado DI não é melhor?O raciocínio usado na pergunta é perfeito. Para a resposta há de se levar em consideração a taxa de administração do fundo DI. Ou seja, se um fundo DI garante os quase 13% do CDI mas cobra 3% de taxa de administração, significa que a rentabilidade será de 10%, ou quase 80% do CDI. Assim, se você negociar a aplicação em CDB de maneira a conseguir mais do que 80% do CDI, estará fazendo um bom negócio. Normalmente digo que para aplicar em CDB, o ideal é buscar pelo menos 85% do CDI ou então partir para um referenciado DI ou renda fixa com baixa taxa de administração.


ConclusãoEntão mostrei o básico para entender o que é o CDB e suas características como investimento. Como sempre, deixando a preguiça de lado e fazendo algumas continhas, podemos chegar à uma decisão mais sensata e racional. E, diferente de quase tudo na vida, investir deve ser uma atitude desprovida de emoção, sentimentalismo ou compaixão. Todo e qualquer tipo de aplicação pode ser uma boa opção, mas pode não ser. A diferença está no que você sabe sobre ele, sobre a conjuntura econômica do país e sobre as outras opções disponíveis. Um abraço.

A caderneta de poupança vai bem, obrigado!

Poupar e entender de dinheiro é importanteNão importa a quantidade de dinheiro que você possui, nem quanto pode guardar. O hábito de poupar e investir é fundamental nos dias de hoje. Marcelo, parabéns por ter este espírito e acreditar que precisa tomar conta do seu dinheiro de forma tão séria. Vamos ao que interessa. É fato que a caderneta de poupança não é um investimento livre de risco, uma vez que em caso de falência da instituição, você terá até R$ 60.000,00 de garantia. Se tem mais do que isso aplicado, terá que tentar reaver tudo na Justiça. Também é fato que o rendimento da poupança, calculado com base na TR (Taxa Referencial), sofreu uma pequena redução, já que o Governo decidiu revisar o cálculo desta taxa. Mas também é fato que ela anda muito competitiva.


Eu sempre disse que o importante é aprender a calcular a rentabilidade real de uma aplicação. Sem essa habilidade, tendemos a acreditar em especialistas que, muitas vezes, usam chavões manjados e preconceituosos para colaborar com as cirandas financeira e bancária que movem também parte de seu trabalho e de seu “mercado”. Tudo bem, a caderneta de poupança é uma aplicação de rendimento baixo, mas ainda assim há quem participe de fundos DI ou Renda Fixa com rentabilidade ainda mais baixa.


A caderneta de poupança e os fundos de investimentoO rendimento da caderneta de poupança, calculado para o mês de maio, já contempla a nova regra para a TR. A pesquisa publicada pelo jornal Valor mostra que neste mesmo mês (maio), 24 fundos DI de varejo, dentre os 40 com maior patrimônio, renderam menos que a poupança, se considerada a alíquota de 22,5% de IR sobre o retorno dos fundos. Mas espera ai. Esses fundos cobram altas taxas de administração, ainda que a TR e a rentabilidade da poupança tenham caído? Sim. E a razão é simples: se cotistas, como você, não tiram seu dinheiro de lá, pra que mexer na taxa de administração?
Se usada a taxa de 15% de IR sobre o retorno dos fundos analisados, cai para 13 o número de fundos que perderam em rendimento para a caderneta de poupança em maio deste ano, ainda entre os 40 mais populares. No entanto, calma! Este artigo é uma análise da situação dos fundos e não dos cenários macroeconômicos do país. Uma mudança brusca neste panorama pode complicar o Brasil. Uau, fui um pouco dramático demais no “complicar”, mas enfim, não saia tirando seu dinheiro sem antes entender o que tudo isso significa. A propósito, estão em curso algumas discussões para permitir que os fundos permaneçam competitivos frente à caderneta de poupança. Já pensaram até em cobrar IR dos clientes das cadernetas. Calma, são apenas especulações. Por enquanto.


A influência da sua decisão para o Brasil. Você faz a diferença.Não adianta tirar o dinheiro dos fundos e jogar na poupança porque “o Navarro pediu”. Meu objetivo é, de novo, alertá-lo no sentido de que um investimento pode ser bom, mas é preciso que você saiba realmente se ele atende suas expectativas. O que você espera de sua aplicação? Quer saber, vou me aventurar um pouco nas projeções macroeconômicas sim. Se todos nós largarmos imediatamente a caderneta e passarmos a usar somente os fundos bancários DI ou de Renda Fixa, o Brasil fica sem dinheiro para o financiamento habitacional. Pois é, seu dinheiro da caderneta é usado para isso.


Por outro lado, se tirarmos nosso dinheiro dos fundos e o pusermos apenas na poupança, o país fica sem condição de financiar sua dívida, pois estes fundos compram Títulos Federais. Eita balança complicada hein? Você deve estar pensando: “e eu com isso”? Você mora aqui não mora? Ah bom!


Pois é Marcelo, depois de demonstrar que a caderneta de poupança apresenta-se ainda competitiva, de confundi-lo com um pequeno parágrafo sobre conjectura econômica e de colocá-lo para pensar sobre suas aplicações, quero deixar a verdadeira mensagem deste artigo: procure por fundos DI ou de Renda Fixa que ofereçam atraentes taxas de administração e tenha em mente que, quanto maior for o aporte inicial mínimo para um determinado fundo, menor será sua taxa de administração. Portanto, use sabiamente seus recursos e dê valor à cada centavo exibido em seu extrato. Eu falo isso sempre né? Confesso que sou meio chato com os centavos.
Ufa, chegou a conclusão.Continua confuso? Desculpe, as vezes até eu me enrolo em meus textos. Acho que um exemplo pode facilitar. Que tal guardar seu dinheiro na caderneta de poupança até que você tenha a soma mínima para comprar cotas naquele fundo interessante de DI ou Renda Fixa, que oferece rentabilidade real adequada e cobra baixa taxa de administração? Assim evita de entrar no fundo bancário com um valor baixo, pagando alta taxa de administração e com rentabilidade baixa demais. Que tal?


No final das contas, caímos na mesma tecla de sempre. Olha o chato de novo em ação. Preocupe-se em calcular a rentabilidade de suas aplicações, considerando inflação, taxas envolvidas e IR. E não se esqueça da velha e boa caderneta de poupança. Alô? Marcelo? Ainda está ai? Não, você não é conservador demais. Mas, tome cuidado para não transformar seu hábito em teimosia. Bons negócios.

O CDB contra-ataca. E com força!

Fundos DI x Renda Fixa. Quem vence?Para mim, nenhum dos dois. Há ocasiões em que um pode ser mais interessante que o outro, mas em economias onde as taxas de juros são baixas (ou decrescentes) e há uma política monetária inteligente e austera, não haverão significativas diferenças de performance entre estes dois “concorrentes”. Está certo que alguns tipos de fundos de renda fixa também investem em papéis privados ou operam alavancados, o que pode aumentar sua rentabilidade. No âmbito geral, ambos apresentam características de retorno semelhantes, risco baixo e compartilham das regras para o IR.

A taxa de administração faz diferençaObservar a caderneta de poupança rendendo mais que alguns fundos DI ou de renda fixa tem se tornado uma cena comum. Esse fenômeno (ou seria reflexo?) está diretamente relacionado com a taxa de administração cobrada pelos bancos e gestores. A poupança não possui taxa de administração nem sofre com a cobrança de IR. Se um fundo de renda fixa render 11% a.a. e sua taxa de adm. for de 1,5%, seu rendimento real será de 9,5% onde ainda incidirá cobrança de IR, na figura do conhecido “come-cotas”.

E o CDB?Seu surgimento com mais força dá-se por uma razão muito simples: como os bancos estão aumentando as ofertas de crédito, eles precisam do dinheiro para emprestar. O montante amealhado através dos CDBs pode ser livremente utilizado para estes fins, diferente do que acontece com a caderneta de poupança. Neste último caso, os bancos precisam destinar 65% dos recursos para o financiamento de imóveis.

Como acontece com a caderneta de poupança, os CDBs também contam com garantia por parte do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que repõe perdas de até R$ 60 mil em caso de quebra do banco. O mesmo não acontece com os fundos DI ou de renda fixa. Além disso, a favor do CDB está a forma de cobrança do IR, que só é realizada no vencimento ou quando um resgate antecipado é realizado.

E a rentabilidade dos CDBs?Os CDBs pagam, em média, 8% ao ano mais a TR. De novo, faça a conta dos fundos e suas taxas de administração e pode perceber que alguns CDBs são alternativas interessantes. É importante que você procure por rentabilidades próximas ao índice CDI. Costumo orientar os leitores para que procurem por produtos com CDBs que rendam de 85% a 95% do CDI.

Fique atento também aos tipos de CDBs oferecidos. Eles podem ser prefixados ou pós-fixados. Além disso, alguns produtos ainda podem oferecer liquidez e rentabilidade diárias (não há data-aniversário) ou remuneração crescente (mais tempo = mais rentabilidade). Na dúvida, pergunte!
Sendo algo tão interessante pra nós, como é que os bancos ganham dinheiro com os CDBs?Essa é fácil. Ele te oferece em média 10% ao ano pelos CDBs e empresta seu dinheiro a 10% ao mês para os que gostam do cheque especial, por exemplo. Da mesma forma que há gente interessada em rendimentos, há gente interessada em empréstimos. Se o banco empresta cobrando mais do que oferece, está respondida a pergunta. Não se iluda muito com os “excelentes produtos” que os gerentes lhe oferecem.

Na dúvida, pergunte a eles: “Excelentes para mim ou para vocês”?
Como eu encontro esses CDBs? Os bancos normalmente nomeiam os CDBs de forma a associar sua imagem ao ato de poupar. Em resumo, basta que você peça para o gerente especificar produtos com CDBs e ficar atento ao cálculo de sua rentabilidade em comparação ao CDI, como comentei no parágrafo anterior. Alguns exemplos são: Bradesco HiperPoup, Itaú Super Poupança e Unibanco SuperPoupe.

Sei que agora “compliquei” um pouquinho mais sua dúvida. Mas foi com a melhor das intenções, juro! Agora passe a considerar também o CDB e fique esperto com a conta rentabilidade x taxa de administração x IR x tempo. Um pouquinho de matemática e de pesquisa certamente facilitarão seu trabalho. Espero ter realmente ajudado.

domingo, 16 de março de 2008

Bancos

tudo sobre bancos.